segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Tudo acontece por uma razão.

Ou será que não?

Esta é talvez uma das mais frequentes perguntas de quem se questiona acerca da sua razão de ser.

Quantas vezes pensamos ou ouvimos; “estava destinado”, “o que tiver de ser será”, “é coincidência a mais” etc. etc. etc?

O que somos afinal? O ponto presente do nosso destino pré-traçado ou o resultado da soma de todas as nossas escolhas?

Se tudo acontece por uma razão, para que necessitamos escolher? Se o nosso destino está traçado, se percorremos o caminho que devemos percorrer, então não temos poder de intervenção nas nossas vidas, somos meras marionetas presas aos fios de uma força invisível e limitar-nos-emos a dançar ao som das notas do destino até que a pauta chegue ao fim.

No entanto, durante toda a nossa existência somos constantemente obrigados a efectuar escolhas, escolhas essas que nos levam a novas escolhas, um entrelaçado de decisões que é tecido em cada cruzamento com que nos deparamos, cada sabor de gelado pelo qual optamos ou cada peça de roupa que compramos.
Mas até que ponto seremos nós totalmente livres de escolher?
Não posso escolher para que lado ir no cruzamento, se a policia fechar as ruas devido a um assalto a um banco, não posso escolher o sabor de gelado, se a loja estiver fechada, nem posso escolher aquela peça de roupa se não houver o meu número.
Então as minhas escolhas, não são as minhas escolhas, mas apenas meias escolhas que se cruzam com todas as meias escolhas tomadas a todo o momento.

Escolheste entrar neste Blog, escolheste ler este texto até ao fim, talvez escolhas comentá-lo, mas… como o poderias ler, se eu não tivesse escolhido escrevê-lo?

Tudo acontece por uma razão, ou porque as nossas escolhas nos trouxeram aqui?


V0RT3X
Man Of Science X Man Of Faith

6 comentários:

Anónimo disse...

Era difícil escolher "Não comentar" este texto uma vez que, a cada dia que passa, tenho mais a certeza que tudo não passa de escolhas que nos levam pelo caminho que teremos de percorrer para alcançar aquilo que temos de alcançar...Parece confuso ? Mas não é! Tudo, mas tudo mesmo, tem um fundamento para acontecer. Não há coincidência mas sim factos inacabados. Algo que ficou por resolver ou por concluír e depara-nos, de novo, à frente para nos dar mais um oportunidade de fazer aquilo que, naquele momento, achamos ser o mais correcto. E muitas vezes, passado tempo, chegamos à conclusão que não foi a escolha acertada mas concerteza que nos trouxe algum ensinamento. Estou convicta de que tudo o que fazemos, dizemos, tudo o que nos acontece nos vai servir como ensinamentos para questões futuras.
Bem, podia ficar aqui a escrever uma eternidade de tempo...mas vou parar por aqui...
Beijinhos...

Anónimo disse...

Estou convencida que tudo acontece por uma razão em especial... se assim não é, porque será que em muitas situações, nas nossas vidas, não temos opção de escolha?! As escolhas são o disfarce do tal "destino" a cumprir-se...
Gis

Anónimo disse...

Pois é, meu caro VORT3X ...
Sabes que essa tua dúvida existencial tem lugar na História do Homem desde que ele tomou consciência do seu lugar no Mundo, da sua Força, dos seus limites, da sua infinita dimensão dentro da imensa pirâmide invertida orientada para o enorme Universo.
Essa dialética estabelecida entre o poder do Homem e os limites que o Universo lhe estabelece gira à mais fulminante velocidade. "Todo o Mundo é composto de Mudança ganhando sempre novas Qualidades" como nos diz Camões ...
A Consciência na História do Homem surge no Paleolítico há pra mais de 20.000 anos, com as primeiras representações nas paredes das cavernas, na busca de um bom augúrio para que as caçadas tivessem sucesso, para que a fertilidade da Mãe-Mulher garantisse a sobrevivência da espécie, e para que a fertilidade da Mãe-Terra lhes proporcionasse boas colheitas e bem cuidando dos enterramentos dos seus entes queridos para que nada lhes faltasse na cavalgada das eternas pradarias, pois talvez um dia o regresso podesse ser uma realidade ... e até lá contar com a sua ajuda nos momentos decisivos em que a sobrevivência parecia depender de um acaso sempre inexplicado, resultado de momentos de coragem e da confluência das energias cósmicas, míticas invocadas pelos ritos mais primitivos que denotavam essa Consciência dos limites do Homem na infinitude do Espaço-Tempo que o rodeava ...
A Força do braço armado garantia a sobrevivência no imediato enquanto que as representações míticas e a institucionalização de uma crença construída sobre as imensas obras de um Acaso não explicável garantiam o Poder de comunicação com um Divino que cabia aos anciãos mais dotados na Arte da representação e da prática ritual.
Evoluímos muito ... na técnica, na estratégia e na complexidade da explicação do Real, veja-se por um lado o conhecimento científico ao serviço das Grandes Potências Mundiais que lhes garante a subjugação dos menos aptos debruçados ao serviço dos seus Interesses políticos materiais, e por outro o papel das Igrejas Mundiais que continuam a reservar para si o monopólio das explicações jamais provadas sobre as Forças que operam ao longo da existência de cada ser humano.
E a questão mantêm-se ... seremos nós capazes de "construir o nosso destino" ou estaremos definitivamente votados às consequências fruto da vontade "de um Grande Jardineiro que escreve direito por linhas tortas" simulando um livre arbítrio à vontade de cada homem, levando-o a confrontar-se com o "seu próprio futuro" como consequência "divina" dos próprios actos de cada um ?
Seremos nós Força e Energia no turbilhão das Vontades e requintadas Determinantes que nos condicionam e libertam quando nunca as poderemos prever com a única certeza que desistir será sempre o caminho mais fácil ?
"Com licença, com licença, tenho pressa de viver ! Quero Eu e a Natureza, que a Natureza sou Eu e as Forças da Natureza nunca ninguêm as venceu ! Com licença, com licença, que a Barca se fez ao Mar ! Com licença, com licença, mesmo Morto hei-de passar !"
António Gedeão, Teatro do Mundo, 1958

Anónimo disse...

Todos os momentos da nossa vida são constituídos por opções.
É certo que a liberdade é relativa... afinal não estamos sozinhos, vivemos em sociedade.
As nossa escolhas podem ou não ser influenciadas pelos outros?
Podem depender da nossa perseverança em alcançar o que pretendemos, podem ser uma questão de sensatez, sensibilidade, tacto, carácter ... mas, até que ponto a minha escolha vai interferir na vida dos outros?

A escolha final pode ser sempre nossa... meias escolhas?...talvez...
Até que ponto somos livres?

Mesmo quando optamos com a certeza “absoluta”, de que estamos a escolher por nós próprios, será mesmo uma escolha só nossa? Ou de tudo o que nos rodeia.. os media, religiões, crenças, tradições, sentimentos...
Tudo o que decidimos foi anteriormente filtrado pelo nosso cérebro, este por sua vez percepciona a realidade de acordo com os nossos padrões normais de pensamento...
Escolher pode não ser mais do que uma mera rotina...

A escolha por si só de nada vale!!
O que nos diferencia é a forma como a conduzimos posteriormente...a coragem de viver a escolha.

O destino, não passa de uma palavra bonita, um elo fraco do pensamento, que nos dá algum alento nos momentos menos bons, porque teimamos em acreditar em qualquer coisa superior, quando já nada faz sentido...

Acreditar no destino, é ficar sentado a ver a vida passar...

Anónimo disse...

eu não acredito no destino. nem gosto de fado, por sinal. detesto.põe um homem dentro de uma cela e diz-lhe para fazer escolhas para o futuro. deixa-te de merdas!

Anónimo disse...

Gostei muito deste texto e a minha opinião em relação a tudo isto é de que somos aquilo que escolhemos ser....(ou nao...)
Temos muitos caminhos que se cruzam na nossa vida...e apenas podemos ir num caminho...e nesse caminho mais outros caminhos aparecerão...e assim sucessivamente.
Parece um ciclo vicioso....(ou não...)...
Tudo o que nos acontece é o resultado das nossas escolhas...nós temos a liberdade de escolha...porém, cada escolha tem o seu "destino"(entre aspas)...
E quando o resultado de várias escolhas de vários individuos faz com que esses indivíduos, eventualmente, se encontrem?....

Temos um caminho para seguir nesta vida, com vários outros caminhos a se cruzarem no meio e por vezes, com a sensação k existem vários obstáculos no meio...mas em nenhum momento podemos ter o receio de efectuar escolhas e optar até k achemos o nosso porto seguro e lutar lutar....nunca existir a cobardia de viver...pois a vida é isso mesmo... é feita das escolhas que fazemos e nós somos aquilo que quisemos seguir...mas, sim, eu acredito...para tudo há uma razão!

Ass.: Célita